As caixas d’água das casas dos moradores da rua Cânticos, como a do pedreiro Sandro Henriques, chegaram a secar completamenteIPATINGA – Uma situação inimaginável nos centros urbanos é a falta de água nos domicílios. Ainda mais se pensarmos no caso de Ipatinga, uma cidade em constante desenvolvimento. Contudo, essa é uma realidade mais presente do que se imagina.
Os moradores da rua Cânticos, no bairro Canaãzinho, sofrem frequentemente com a falta de água. Segundo relatam, as interrupções do fornecimento de água pela Copasa são comuns, fazendo com que fiquem privados do “precioso líquido” por algumas horas.
Desde a última quinta-feira (3) os moradores daquela rua estão sem água. A princípio, eles se viraram com o restante armazenado na caixa, mas como já se passaram sete dias desde o início do problema, as reservas se esgotaram. Nesse quadro, fazer a higiene pessoal e as atividades do lar (lavar roupa, vasilhas, quintal) estão comprometidas.
Os moradores da rua Cânticos têm que se deslocar para a casa de parentes ou amigos que vivem em outras localidades para suprir as necessidades básicas. “Eu estou com um filho recém-nascido e tive que ir para a residência da minha sogra para cuidar dele, porque na minha casa não tem nenhuma condição”, contou a dona de casa Kelly Magalhães.
Outra alternativa mencionada é a boa vontade de um vizinho que possui poço artesiano em sua casa. “Nossa sorte é que um vizinho tem um poço artesiano e está deixando a gente encher baldes lá, mas não é a mesma coisa, né?”, comentou a aposentada Elza Henriques Andrade.
Os moradores disseram que, desde a interrupção do abastecimento começaram a ligar para o telefone de atendimento da concessionária de água (115), mas sem sucesso.
“Nós (moradores) ligamos várias vezes e nada. A linha só dava ocupada. Consegui falar uma vez, mas fui informado que era de Belo Horizonte e que teria que tentar falar com os responsáveis pela estatal em Ipatinga. Na segunda-feira (7) é que consegui um posicionamento da Copasa, quando fui até à sede da empresa, no Cidade Nobre. Eles disseram que já tinham conhecimento do problema e que já estavam tomando providências. Mas acontece que ainda estamos sem água”, indigna-se José Henriques Andrade.
PROVIDÊNCIAS
A Copasa informou, em nota, que foi feita uma pesquisa no sistema de informações e não foi constatado registro de reclamação de falta de água proveniente de nenhum morador da rua dos Cânticos no período entre 1º e 4 de fevereiro.
Procurado pela reportagem do DIÁRIO DO AÇO, o gerente da Copasa do distrito do Vale do Aço, Eduardo Ferreira de Carvalho, disse ter conhecimento do problema detectado na rua Cânticos e que a concessionária já estaria trabalhando para o restabelecimento do serviço.
Por volta das 17h30 de terça-feira (8), ele voltou a entrar em contato com o jornal, alegando que a situação estava se normalizando, com o abastecimento sendo restaurado aos poucos.
Os moradores confirmaram que, no final da tarde de terça-feira, a água começou a voltar, mas disseram que teria sido somente uma espécie de "alarme falso".
"No final da tarde de ontem (terça) a água começou a voltar. Mas foi só para frustrar nossas expectativas, porque a gente abria a torneira e só saía um 'pouquinho' d'água. Para se ter uma ideia, não chegou nem a encher a caixa", contou o pedreiro Sandro Henriques Andrade.
Eduardo confirmou que as interrupções realmente ocorrem e que são, normalmente, em decorrência de fechamento de registros para a execução de serviços de manutenção nas redes.
Com relação à situação específica da rua no bairro Canaãzinho, o gerente da Copasa disse que não tinha conhecimento mais profundo sobre a origem do problema, mas que estudos técnicos serão realizados pela empresa.
Repórter : Victor Tancredo Matéria Jornal Diário do Aço dia 10/02/11