quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PREFEITO MAROCA ANUNCIA O MENOR SALÁRIO BASE DA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO


Por Samara Matias Batista / GAZETA Setelagoana

Valores ficam muito aquém do esperado por sindicatos, vereadores aprovaram o primeiro turno por unanimidade e sem discussão

Embora a Prefeitura de Sete Lagoas garanta seu interesse em investir no funcionalismo público, na pratica não é isso que os servidores em geral têm percebido na cidade. Por isso eles questionam os valores do reajuste em forma de abono propostos pelo executivo e aprovados em primeiro turno na Câmara Municipal durante a última terça-feira, 14 de fevereiro.

A Prefeitura divulgou recentemente em seu site, que servidores efetivos do nível 1 receberiam reajustes salariais de até 14,51%, o que em um primeiro momento, sugere ganhos significativos ao funcionários.

Mas avaliando-se cautelosamente, percebe-se que tais servidores não poderiam ter percentual de aumento inferior, já que com a mudança, estes profissionais receberão mensalmente um valor muito aproximado ao salário mínimo proposto em 2012, que é de R$ 622. De acordo com o apresentado pelo Executivo, os servidores de nível 1, que tem pouca escolaridade e são os únicos a receber aumento real de 14,51%, passarão a receber R$625,54 mensais, apenas R$3,54 a mais que o mínimo estipulado para qualquer trabalhador. O salto de 14,51% se dá porque em 2011, os mesmos servidores recebiam apenas R$546,30 mensais.

De acordo com o documento, conforme melhoram os níveis de escolaridade, o percentual de aumento real decresce, alcançando a média de R$650,48 (13,24%) para aqueles que possuem ensino fundamental completo, R$672,79 (11,75%) para aqueles que possuem nível médio / técnico e R$885,57 (8,61%) para aqueles que exercem funções em que são necessários o terceiro grau, ou curso superior completo.

Como o Projeto que regulamenta estes valores começaria a ser votado na última Reunião Ordinária, representantes de sindicatos compareceram ao Plenário da Câmara municipal e repudiaram o ‘aumento’, mas a manifestação não foi suficiente, e os vereadores setelagoanos aprovaram por unanimidade o primeiro turno do Projeto. O mais surpreendente é que se quer houve debate por parte dos parlamentares, afim de propor maiores benefícios aos servidores municipais.

Sindicatos insatisfeitos

De acordo com alguns sindicatos, representantes do governo informaram os rumos dos salários dos servidores em recente reunião, mas não houve flexibilidade para negociação e nem todos os sindicatos foram convocados. “A proposta feita por nós, era de que houvesse um aumento linear de 20% para todos os servidores. Nos reunimos com Dr. Leonardo Braga, da Administração, Luiz Marcio do Planejamento e Kátia do Orçamento, e na oportunidade apresentamos nossos anseios, mas infelizmente não fomos atendidos. Os servidores não concordam e não aceitam os valores propostos, pois eles refletem o mínimo possível. O plenário não está cheio como em outras manifestações por que estamos cansados de lutar sem sucesso. O executivo foi taxativo em nos afirmar que não alteraria o Projeto em nada, por isso, paramos de reclamar. Mas isso de forma alguma significa satisfação por parte dos trabalhadores, o sentimento de desvalorização é total”. Disseram Fábio Almeida e Eunice Lopes, diretores do Sind-Saúde em entrevista ao Jornal GAZETA Setelagoana.

Hugo Lyra, representando o Sindágua também se manifestou: “Soubemos de reuniões entre sindicatos e a administração para debater os reajustes, mas nem o Sindágua nem o Sind-Ute foram convidados. Lamentamos, por que em nenhum momento os funcionários do SAAE, que hoje somam mais de 200 sindicalizados tiveram como se manifestar sobre este reajuste. Estivemos pessoalmente com Luis Marcio e pedimos para participar, mas não fomos atendidos. A impressão que dá, é que a administração só discute com sindicatos que simplesmente concordam com o que for proposto, e não discutem exercendo efetivamente o papel da instituição. Está tudo muito confuso, o abono é justamente para aperfeiçoar do salário base, e não totalizar o ganho como um todo. O que reivindicamos é: Como pode, a cidade que tem a 8ª economia de Minas, e está em grande ascensão ter condições de pagar apenas o mínimo?” Disse.

O segundo turno da votação está previsto para a próxima reunião ordinária. Após o início do impasse, cabe aos vereadores decidirem se aprovam ou não o projeto, ficando a favor do executivo ou dos servidores.

Acompanhe a seguir as tabelas com as alterações salariais propostas e que seguem para 2º turno de votação na próxima reunião:

O Anexo X, referente a Secretaria Municipal de Educação não poderá ser publicado devido ao seu tamanho. Os valores são basicamente parecidos se comparados aos demais anexos em referentes níveis. O site da câmara municipal disponibiliza todos os aumentos integralmente.

4 comentários:

  1. Esse grupo é terrivel. E olha que o secretario de planejamento é do saae e nunca fez nada para a empresa. só sabe fazer lei para beneficiar ele mesmo. Todo mundo sabe que ele mama altos salarios e vota tudo contra a gente.

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  2. esse é o jeito PSDB de governar,e ainda tem a cara de pau de dizer em programa de radio que quando assumiu, o salario dos servidores estavam muito defazado mas que ele estava corrigindo isto.

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  3. Só com a quantidade de contratados que estão lotando todos os órgãos do município, sem necessidade, já consome boa parte dos recursos. Assim não sobra dinheiro para aumentar salários de quem entrou no serviço público por concurso, como manda a lei.Temos que lembrar disso nas eleições.

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  4. Se o sind-Ute e o sindágua por serem atuantes, não foram aceitos nas negociações, outros sindicatos estão desanimados,o executivo está inflexível,isto sugere submissão do legislativo ao executivo. Situação perigosa para a democracia. É hora de investigar as razões que levam a esta situação.Se comprovado nepotismo cruzado e outras razões que justifiquem denúncia,é fazer mobilização pela moralidade.O legislativo existe para representar o povo, fiscalizando com independência, não para endossar ações do exeutivo como há muito está parecendo.Precisamos de um legislativo independente que não se curve às conveniências do executivo. Principalmente se este executivo alega falta de recursos e lota os órgãos municipais de servidores contratados sem concurso.

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