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SECOM/Prefeitura Municipal de Sete LagoasEm reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 11, o secretário Municipal de Administração, Leonardo Braga, apresentou aos representantes de entidades sindicais de servidores públicos municipais da administração direta e indireta, proposta de criação de uma previdência dos servidores municipais efetivos (ativos e inativos). De acordo com o secretário, foi contratada uma consultoria especializada em assessoria jurídica, administrativa e autuarial de gestão pública, a Aliança Assessoria, de Belo Horizonte, para, em conjunto com a Secretaria Municipal de Administração, elaborar a proposta inicial de criação de um regime próprio de previdência social (RPPS) no município, contemplando os servidores efetivos da ativa, aposentados e servidores da administração indireta, como o SAAE.
Atualmente os servidores municipais - ativos e inativos - contribuem para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). "Nossa proposta é que seja criada uma autarquia, constituída pelos próprios servidores, para administrar a previdência municipal mantida através das próprias contribuições previdenciárias, sem onerar mais os custos para a Prefeitura", anunciou o secretário durante a reunião.
Vantagens
O consultor da Aliança Assessoria, Bruno Malachias, tirou dúvidas dos servidores e destacou as principais vantagens de uma previdência própria. "O atendimento personalizado, inclusive de junta médica para solicitação de auxílio-doença e maternidade; o dinheiro arrecadado com as contribuições fica no próprio município, e não mais com o Governo Federal; há um marco regulatório federal (as leis 1717/98 e 101/00, que tratam de previdências municipais e responsabilidade fiscal, respectivamente); além de mais isonomia na concessão dos benefícios e maior autonomia dos próprios servidores quanto aos investimentos a serem feitos com as contribuições recebidas; entre outros", destacou.
Leonardo Braga salientou que a proposta apresentada nem de longe se parece com a Beneficência dos Servidores Públicos Municipais de Sete Lagoas (BemSel), uma tentativa frustrada de se criar uma previdência municipal em Sete Lagoas em 1991. "Hoje existe um marco regulatório para as previdências municipais e um movimento, por parte do Ministério da Previdência Social, para que os municípios tenham seus próprios regimes previdenciários. Além disso, os municípios que não estiverem em dia com seus regimes correm o risco de perder o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), bem como ficam impossibilitados de receber recursos federais, celebrar contratos ou convênios, até que sua situação previdenciária seja regularizada", ponderou o secretário.
Sindicatos
Para o diretor do Sindágua, Hugo Lyra, representando os servidores do SAAE, ainda é cedo para avaliar a proposta. "Nós recebemos a minuta agora. Pretendemos fazer um seminário para debater esta questão com as nossas bases, levar até o (departamento) jurídico do Sindágua para, só então, tomarmos um posicionamento, fazer algumas propostas ou modificações e até mesmo não achar interessante. Por enquanto não podemos dizer nem que sim, nem que não. Faremos um estudo em cima da proposta para chegarmos a um denominador comum", declarou. Já para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Sete Lagoas (Sindsel), Rosimar Aparecida Gomes, à princípio, a proposta pode ser boa para o servidor. "Essa foi a primeira reunião. Vamos levar a proposta para os servidores, promover um seminário, ouvir especialistas e realizar um plebiscito para que o próprio servidor dê sua opinião. A decisão deve ser muito bem tomada, pois é o futuro de todos os servidores que está em jogo", comentou.
Leonardo Braga salientou que a proposta ainda não está fechada. "Essa foi apenas a primeira de muitas reuniões que ainda faremos para formar com clareza e convicção o convencimento dos servidores. É algo de extremo interesse tanto para a administração quanto para o funcionalismo, pois vai mexer com todo o conjunto de benefícios previdenciários", destacou.
A expectativa é de que até julho a proposta seja aprovada pelos servidores e que o projeto de lei seja enviado para votação no legislativo municipal. "Particularmente estou convencido de que os benefícios são muito maiores, já que o atual regime gera uma série de ônus para o servidor, como o fator previdenciário, que diminui significativamente o valor do benefício. O que não acontece no regime próprio", concluiu o secretário. Participaram da reunião, além do secretário de administração Leonardo Braga e dos consultores da Aliança Assessoria, representantes do Sindsel, Sindágua, Sind-Ute e Sind-Saúde.
por SECOM/Prefeitura Municipal de Sete Lagoas