Atendendo o requerimento do vereador Reginaldo Tristeza do PSOL, a Câmara de vereadores realizou audiência pública onde o tema debatido foi a possível privatização do SAAE.
O plenário da Câmara ficou completamente lotado com a presença de representantes de vários bairros e também dos servidores do SAAE.
A mesa principal foi composta de vereadores, representante do Sindágua sindicatos dos servidores do SAAE também de empresário no setor de saneamento.
Ao iniciar o debate o presidente da Câmara sabatinou o presidente da autarquia com perguntas fortes deixando-o por muitas vezes incomodado com a situação. O presidente da Câmara, Toninho Rogério, apresentou o valor da licitação de um ônibus que foi recentemente alugado pela direção em um valor segundo ele incompatível com o mercado, chegando a ultrapassar R$ 100.000,00(cem mil reais) em doze meses equivalente a R$ 9.000,00(nove mil reais) por mês em média. Outro assunto abordado pelo presidente da Câmara foi o leilão dos bens públicos do SAAE que foi realizado recentemente onde equipamentos em perfeito estado de conservação foram vendidos e substituído por equipamentos alugados.
Em resposta, Fábio Nepomuceno disse que as máquinas foram leiloadas atendendo um TAC(Termo de Ajustamento de Conduta) do Ministério Publico onde as máquinas deveriam ser cabinadas e climatizadas. Quando perguntado sobre as máquinas alugadas se eram cabinadas, Fábio disse que não, e que a exigência do MP era somente os equipamentos do SAAE.
O vereador Reginaldo tristeza, disse que foi até o pátio do setor operacional e constatou as denúncias levantadas pelos servidores. “Estive em visita ao setor de operações e encontrei duas máquinas recém-adquiridas pelo SAAE paradas no pátio com máquinas alugadas trabalhando, assim não há SAAE que aguente. A prefeitura está no topo da lista dos 50 maiores devedores do SAAE devendo milhões de reais e isso não pode continuar.”
Enio Eduardo convidado pelo presidente do SAAE disse em sua fala que o SAAE não pode mais continuar sendo uma autarquia com o regime estatutário, segundo ele o SAAE fica inviabilizado estando diretamente atrelado à Prefeitura Municipal.
Marcelo da Cooperselta, disse que o SAAE e que a prefeitura utiliza a arrecadação da autarquia para pagar dívidas da prefeitura.
O diretor do Sindágua José Nascimento disse aos presentes que todos os problemas citados fizeram parte das discussões internas junto a diretoria a fim de conseguir a solução dos problemas, mas, sem êxito. Nascimento defendeu a permanência da autarquia afirmando que o Saneamento tem que ser público e que os servidores não são culpados pela situação em que o SAAE se encontra.
O vereador Claudinei Dias disse que realizou o fórum das águas que debateu o mesmo assunto e que também defende a permanência do SAAE.
O servidor do SAAE Hugo Lyra foi um dos últimos a utilizar a fala na audiência e foi firme em defesa não só dos servidores, mas, também de um Saneamento de qualidade. Hugo Lyra disse que é só se aproximar as eleições o tema é colocado em discursão. Os servidores estão aqui presentes não somente para defender seus empregos, somos concursados e os cargos pertencem a nós indiferentemente do que aconteça. Estamos querendo proporcionar um Saneamento de qualidade, somos pagos para isso e a população setelagoana merece isso. Mais uma vez estou cobrando a prestação de contas do SAAE conforme lei aprovada nesta casa, se, queremos uma autarquia forte e sadia, é preciso ter transparência com o dinheiro público.
No final de sua fala Hugo Lyra disse: FUTURAMENTE VAMOS VENDER É ÁGUA PARA A COPASA E NÃO O SAAE, ELES IRÃO PRECISAR DE ÁGUA EM JEQUITIBÁ FUNILÂNDIA E OUTRAS CIDADES VIZINHAS, COM A FINALIZAÇÃO DO PAC ÁGUA SERÁ OUTRA HISTÓRIA.
Moradores da zona rural Lontrinha estava cobrando o abastecimento de água na região e representante do bairro Recanto da Serra também reclamou da coloração da água e também da falta de abastecimento.
No final da audiência um tumulto se formou após o cidadão Leonardo Barros ter sido citado por um membro que fazia o uso da palavra. Revoltado, Leonardo queria um direito de resposta e o presidente da mesa indeferiu seu pedido. Leonardo Barros ficou totalmente descontrolado utilizando de palavras de baixo nível e se tornou o centro das atenções chorando copiosamente revoltado com a situação.
No final da audiência, o vereador Marcelo da Coopercelta pediu que constasse em ata o pedido da prestação de contas do SAAE.
O vereador Claudinei Dias apresentou um requerimento sujerindo a criação de uma comissão permanente de investigação no SAAE. O requerimento foi aprovado por unanimidade.
VEJA AS FOTOS
Foto: Diretor do Sindágua José NascimentoFoto: Diretor do Sindágua Vágner Xavier
Foto: Plenário da Câmara lotado
Foto: Servidor do SAAE Hugo Lyra
Foto: Mesa principal da audiência
Foto: Plenário da Câmara