domingo, 28 de outubro de 2012

Estudo alerta para risco de a água se tornar mercadoria negociada globalmente


Motivo seria a escassez cada vez maior do recurso natural
 O termo inglês commodity é usado para designar uma série de produtos que, independentemente de onde e quando são produzidos, mantêm mais ou menos a mesma qualidade, e cujo preço pode ser negociado em escala global. É o caso do petróleo, do ferro, da soja, do trigo e do café, entre outros, comprados e vendidos em bolsas de mercadorias e futuros. Em breve, essa lista deve ganhar um novo e importante item: a água. Pelo menos é o que prevê um artigo publicado na edição de hoje da revista científica Nature. Segundo o texto, o movimento seria reflexo da escassez cada vez maior do bem natural, e as consequências, desastrosas.

Para o autor, o pesquisador Frederick Kaufman, da City University of New York, nos Estados Unidos, a mercantilização pioraria ainda mais a falta do líquido em inúmeras regiões do globo. “Seria um desastre para os mais pobres do mundo, que já sofrem sem poços, sem água encanada, sem sistemas modernos de irrigação”, afirma. “A água financeirizada teria um efeito esmagador, tornando cada vez mais difícil de eliminar a pobreza e elevando o número total de miseráveis em todo o mundo”, diz.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas têm dificuldade de acesso à água potável, seja por inexistência de sistemas de encanamento, por problemas climáticos ou pela falta de tecnologia para extrair o recurso do solo. Além deles, pelo menos 2,3 bilhões de homens e mulheres não têm acesso a saneamento básico. Isso significa dizer que 3,7 bilhões de seres humanos, mais de metade da população mundial, enfrentam algum tipo de dificuldade severa em relação à água. E esses números não incluem, por exemplo, quem sofre com o racionamento, comuns em grande cidades do país nos períodos de estiagem.

Um exemplo do que pode ocorrer caso haja o aprofundamento da mercantilização da água é dado pelo mercado de commodities alimentares como a soja, o milho e o trigo. Os preços desses produtos atingiram no último ano suas máximas históricas. “Um sistema global de preços de alimentos beneficiou os agricultores. Já os padeiros e consumidores foram submetidos a derivativos financeiros criados por bancos de investimento”, aponta Kaufman. Ou seja, na matemática mercadológica, especuladores ganham e o consumidor final sai perdendo.
Uma das causas é a dificuldade dos governos em regulamentar este filão de mercado. Nos Estados Unidos, um pacote de medidas para evitar especulação com alimentos acabou na Justiça, onde está parado há anos, segundo o pesquisador, por pressão dos mercados que ganharam mais poder de manobra depois que a crise mundial minou empregos. “É muito difícil regular o negócio de commodities globais, que movimenta US$ 648 trilhões em todo o mundo”, alerta o norte-americano.

Sem medida

A possibilidade de mudança do status da água de bem natural para produto negociado em bolsa é fruto, em grande parte, da exploração excessiva do bem, que vem se tornando tão escasso quanto ouro e petróleo. “Os aquíferos, relativamente, são poucos e estão sendo explorados. Eles, infelizmente, são fundamentais para a agricultura em uma série de países”, explica o pesquisador Tom Gleeson, da Universidade de Montreal, no Canadá. “Esses são recursos críticos que precisam de uma melhor gestão”, completa o especialista.

Ele lembra ainda que os efeitos da exploração excessiva da água, apesar de graves, são pouco mensuráveis pelos cientistas. “O efeito para o abastecimento é imprevisível”, afirma. Gleeson, no entanto, diz não ser possível determinar exatamente quanto uma ação que dificulte o acesso à água seria catastrófica, tanto para o usuário doméstico quanto para a agricultura.

A primeira vez que o direito à exploração passou a ser negociada como um produto mercadológico foi em 1996, na região da Califórnia ocidental, nos EUA. A região de 2 mil quilômetros quadrados movimenta mais de US$ 1 bilhão em alimentos por ano, sendo o principal distrito de agricultura irrigada dos país. Por lá, há 16 anos, foi introduzido um sistema de comércio eletrônico em que os agricultores locais podem negociar entre si o direito de uso da água subterrânea e de superfície, que, assim como no Brasil, é regulamentado – e limitado – por lei. De lá pra cá, a iniciativa cresceu. Apenas entre 2010 e 2011, o mercado de água cresceu 20%, atingindo em todo o mundo o valor de US$ 11,8 bilhões.

Apesar dos números vultosos, Frederick Kaufman ainda vê a possibilidade de evitar o problema. “A transformação da água em uma commodity não é inevitável. Podemos pará-la antes que comece”, afirma. Ele defende uma regulamentação do setor, especialmente nas Américas e na Europa, onde o processo está mais acelerado. O recurso, defende, deve continuar sendo um bem universal. “Há forças que empurram para a regulamentação, mas há forças opostas a favor dos negócios de derivados. Ainda não existem ‘limites de posição’ para os banqueiros quando se trata de comida (e água)”, conclui.
Publicado em - por Depto Comunicação. Marque Link Permanente.

sábado, 27 de outubro de 2012

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA PAGAMENTOS E CONTRATOS DE EMPREITEIRAS NO SAAE


Os aluguéis de máquinas e caminhões no SAAE sempre foi alvo de muitas dúvidas, polêmicas e muita revolta entre os servidores.
Assunto que também foi pauta em audiência pública na Câmara de vereadores com muitas perguntas dos vereadores ao Presidente do SAAE Fábio Nepomuceno e poucas respostas do gestor da autarquia. Na oportunidade, o presidente da Câmara Toninho Rogério falou sobre a contratação de um ônibus com o valor de R$112.000,00 (cento e doze mil reais) por doze meses de serviço prestado. Segundo Toninho Rogério, um valor absurdo e fora da realidade do mercado.
Agora o assunto das empreiteiras chegou até a Promotoria, informações de servidores do SAAE central dão conta de que a Promotoria teria pedido cópia de todos os documentos relativos às empreiteiras como: contratos de prestação de serviços, licitações e documentos referente aos pagamentos das mesmas. A Promotoria teria dado um prazo de 30 dias para a entrega de toda a documentação.
Servidores afirmam que a direção do SAAE ainda não prestou suas contas justamente para revelar o alto custo da autarquia com os aluguéis de máquinas e caminhões.
O prefeito eleito Márcio Reinaldo deve fazer uma auditoria no SAAE justamente para saber como irá receber a autarquia. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SINDICATOS CUTISTAS PROMOVEM DEBATE SOBRE PREVIDÊNCIA MUNICIPAL



Foto: GAZETASETELAGOANA

 Com o objetivo de discutir as questões relacionadas a criação da Previdência Própria Municipal em Sete Lagoas e diante da importância deste debate para todos os trabalhadores do município, o Sind-UTE, Sind-Saúde e Sindágua promoverão um debate sobre o tema.

Representantes do município realizou uma visita com alguns servidores em municípios onde já existe a previdência municipal, mas, os sindicatos, Sind-UTE e Sindágua/MG não foram convidados.
O Sindágua realizou meses atrás um debate com os servidores da autarquia onde na oportunidade o convidado Silvio de Sá especialista em Direito Previdenciário encontrou pontos positivos e também negativos no projeto.

Segundo Silvio de Sá, na proposta, falta o mais importante que é o projeto que provê os benefícios e também os custeios da Previdência. Outro ponto que não consta na proposta e a aposentadoria especial e o auxílio acidente, pontos importantes que existem na previdência geral e na proposta do executivo.

 O projeto foi enviado a Câmara de vereadores a “toque de caixa” para ser votado ainda este ano.
O evento será na próxima quarta-feira dia 31 de outubro, apartir das 17h no auditório do Sind-UTE/ Sete Lagoas- rua Piauí, 398, bairro Boa vista.

Os organizadores do evento convidaram para a mesa de debate o advogado Silvio de Sá, especialista em Direito Previdenciário e Edilene Lobo, assessora jurídica do Sind-UTE/MG. O debate é aberto á sociedade e a expectativa é de lotação do auditório do Sind-UTE.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

IRREGULARIDADES NO SAAE AUMENTAM A CADA DIA


Foto arquivo

Os últimos meses da gestão Fábio Nepomuceno demonstra que o SAAE mudou e muito para pior. Hoje não existe nenhuma fiscalização efetiva para por fim nas irregularidades que acontecem dentro e fora da autarquia.

Servidores relatam que a direção do SAAE diminuiu os plantões para economizar em horas extras e em contra-partida aumentou e muito as horas pagas para as empreiteiras com aluguéis de caminhões e máquinas. Máquinas do SAAE continuam ficando paradas nos finais de semana para dar lugar as contratadas.

Como afirmou o futuro prefeito Marcio Reinaldo em recente reunião com os servidores, existe um esquema grande de favorecimento aos aluguéis de equipamentos no SAAE. Segundo ele, isso irá acabar na administração dele.

Esta semana, um caminhão pipa particular estava carregando tranquilamente no sistema Cidade de Deus e nenhuma nota de compra da água foi apresentado ao operador do sistema. Segundo ele, isso está acontecendo diariamente, as ordens vem das coordenadorias e com o consentimento da direção operacional.

Em um dia, somente um caminhão carregou 60.000 litros de água para um restaurante da zona rural da cidade. Com tanta água sendo retirada do sistema, moradores do bairro Cidade de Deus estão ficando sem água. É bom lembrar que existe um controle com anotações dos carregamentos e também um hidrômetro no poço para o controle da saída de água e nem assim a direção do SAAE toma providência.

Isso sem contar com o aluguel do ônibus que está transportando os servidores sendo pago um valor absurdo de mais de R$100.000,00 (cem mil reais) em doze meses de prestação de serviço.
Esperamos que estes últimos meses passam rápido e que o futuro prefeito Marcio Reinaldo realize tudo que está propondo para o bem do SAAE. Agora é esperar os novos comandantes!